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Foto: Reprodução |
“Caso o peemedebista sobreviva, as chances sĂŁo de 30%, apenas uma versĂŁo muito esvaziada da reforma da PrevidĂŞncia poderia ser aprovada”, escrevem os analistas da consultoria especializados em Brasil, JoĂŁo Augusto de Castro Neves, Christopher Garman, Filipe Gruppelli Carvalho e Djania Savoldi.
Temer adotou a estratégia nos últimos dias de desqualificar as acusações do empresário da JBS, Joesley Batista, e declarou em seus dois discursos oficiais desde a última quinta-feira que não pretende renunciar, ressalta o relatório.
Por isso, a Eurasia avalia que a forma mais provável de o presidente perder o cargo será no julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), marcado para o dia 6 de junho e que vai avaliar irregularidades na chapa que o elegeu junto com Dilma Rousseff em 2014.
A Eurasia ressalta que já existem denĂşncias suficientes sobre irregularidades no financiamento da campanha que elegeu a chapa Dilma/Temer em 2014, mas os juĂzes do TSE vĂŁo tambĂ©m levar em conta fatores polĂticos mais amplos.
Por isso, mesmo que as denúncias recentes não façam parte do julgamento, elas certamente vão pesar na decisão dos ministro da Corte eleitoral.
“Apesar das tentativas recentes de Temer de contra-atacar, os Ăşltimos eventos sugerem que o momento polĂtico vai continuar sendo desfavorável ao presidente no Congresso, na Justiça, nas ruas, deixando-o incapaz de governar”, afirma a consultoria norte-americana.
A decisĂŁo sem precedentes do Supremo Tribunal Federal (STF) de investigar um presidente pode tambĂ©m ser um indĂcio de que a JBS passou informações adicionais ao judiciário que ainda nĂŁo vieram a pĂşblico, ressalta a Eurasia, destacando que muitas das acusações feitas contra Temer ainda sĂŁo inconclusivas.
Do ponto de vista da agenda de reformas, os analistas da Eurasia avaliam que quanto mais demorada for a queda de Temer, pior será o cenário para o avanço das medidas no Congresso.
Temer sempre teve forte habilidade polĂtica para negociar com o Congresso, mas a avaliação da consultoria Ă© que essa capacidade se reduziu nos Ăşltimos dias e hoje dificilmente uma reforma relevante da PrevidĂŞncia seria aprovada.
No domingo, o Planalto queria oferecer um jantar aos aliados, mas com medo de baixo quĂłrum, resolveu fazer apenas uma reuniĂŁo informal.
A Eurasia calcula que Temer perdeu nos Ăşltimos dias ao menos 20 votos para aprovar a reforma da PrevidĂŞncia, com a saĂda da base de alguns partidos, como o PSB e o PPS.
Mesmo entre os partidos que nĂŁo abandonaram o governo, a resistĂŞncia contra a reforma deve crescer, ressalta o relatĂłrio. Por isso, os indecisos devem pender mais para serem contra as medidas.
Com a permanĂŞncia de Temer no cargo e a agenda de reformas mais distante, o risco Ă© da crise se prolongar e a Eurasia avalia que pode crescer a percepção de que o custo para o PaĂs de manter o peemedebista enfraquecido no Planalto Ă© maior do que o da sua queda, o que deve aumentar a pressĂŁo para a saĂda de Temer.
Fonte: Gazeta Online
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