Roberto Freire e o presidente Michel Temer (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters) |
Freire já havia afirmado, por meio de sua assessoria, que deixaria o governo porque o presidente Michel Temer decidiu não renunciar. O Palácio do Planalto também confirmou que ele entregou o cargo.
Em seu primeiro pronunciamento após a revelação, pelo jornal "O Globo", de que foi gravado pelo dono do frigorífico JBS, Joesley Batista, dando aval para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente afirmou que não teme delações premiadas e que permanecerá exercendo o mandato.
O PPS ocupava duas cadeiras na Esplanada dos Ministérios. Com o pedido de demissão de Freire, a sigla permanecerá apenas no comando do Ministério da Defesa. Em nota, o ministro Raul Jungmann informou que permanecerá no exercício de suas funções.
Pronunciamento
Temer fez um pronunciamento motivado pela delação premiada dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos da JBS. As delações já foram homologadas pelo Supremo Tribunal Federal. Nesta quinta, o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF, autorizou a abertura de inquérito para investigar o presidente.
"No Supremo, mostrarei que não tenho nenhum envolvimento com esses fatos. Não renunciarei. Repito: não renunciarei. Sei o que fiz e sei a correção dos meus atos. Exijo investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos ao povo brasileiro. Essa situação de dubiedade e de dúvida não pode persistir por muito tempo", declarou Temer.
Temer, porém, admitiu que conversou com Batista sobre o pagamento feito a Eduardo Cunha.
"Houve, realmente, o relato de um empresário que, por ter relações com um ex-deputado, auxiliava a família do ex-parlamentar. Não solicitei que isso acontecesse. E somente tive conhecimento desse fato nessa conversa pedida pelo empresário", disse.
Ele afirmou que nunca autorizou que se pagasse a alguém para ficar calado. "Em nenhum momento autorizei que pagasse a quem quer que seja para ficar calado. Não comprei o silêncio de ninguém", declarou.
Temer disse que pediu oficialmente ao Supremo acesso ao conteúdo das delações, mas não conseguiu.
Fonte: G1
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