Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
A advogada Margarete Brito, mãe de Sofia, de 6 anos, estava na frente da marcha, empurrando o carrinho de criança em que transportava a filha, que tem epilepsia refratária. Assim como ela, outras mães carregavam os filhos defendendo o uso medicinal da maconha. “Houve evolução: o eletroencefalograma da minha filha é outro antes e depois do tratamento com a maconha. Ela melhorou muito, ficou mais esperta, mais atenta, sorri mais”, contou.
De acordo com Margarete, o tratamento na rede pública costuma demorar um ano entre a sentença do juiz e a liberação do uso da substância pelo estado. A advogada destacou, no entanto, que o tratamento, apesar de liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sai muito caro porque é preciso importar o medicamento. Segundo ela, o custo varia de R$ 1,5 mil a R$ 5 mil.
“A gente está lutando este ano pela produção no Brasil do extrato de maconha que a gente compra absurdamente caro. Então, a nossa luta este ano é pela regulamentação do cultivo no Brasil”, contou.
Segundo o major Dias, que comandou o trabalho da PolÃcia Militar (PM) no local, a concentração da 12ª edição da Marcha da Maconha do Rio de Janeiro reuniu cerca de 150 pessoas, na altura do Jardim de Alah, na pista da orla na divisa entre as praias do Leblon e de Ipanema. Quando os manifestantes começaram a caminhada, o major avaliou que já eram 350 pessoas. Pelos cálculos dos organizadores, naquele momento, havia cerca de mil participantes.
A Marcha da Maconha do Rio de Janeiro começou em 2002 e já foi alvo do judiciário fluminense, que classificou a manifestação como ato de apologia às drogas. Em 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu derrubar a proibição da Marcha da Maconha como apologia ao uso do produto, considerando que os atos se enquadram na liberdade de expressão e manifestação. "Ninguém mais pode interpretar que a Marcha da Maconha é um movimento de apologia ao crime", disse o advogado André Barros.
Fonte: Agência Brasil
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