Foto: Alex Palarea/AgNews |
“Retratei os festejos da cidade, as cavalhadas, os mascarados, as pastorinhas, o auto do Divino Espírito Santo”, adiantou o carnavalesco Cahê Rodrigues que, desde 2013, está na Imperatriz.
Cahê conta que a proposta do enredo foi levada a ele pelo presidente da escola, Luiz Pacheco Drummond, para falar do universo sertanejo. Na avaliação dele, o desafio é muito grande, porque as outras agremiações também estão bem preparadas e, por isso, a disputa vai ser forte. “A Imperatriz vem de três anos para cá fazendo grandes carnavais e beliscando uma vaga sempre nas campeãs e voltando para o desfile de sábado. A gente se preparou para apresentar um carnaval à altura da escola e da história de vida deles”, contou.
O enredo foi dividido em seis setores com sete alegorias e três elementos alegóricos espalhados em 32 alas. “Considero que a Imperatriz tem hoje um carnaval alegre, colorido e onde as pessoas vão poder se divertir, vibrar e se emocionar com a história dos Filhos de Francisco”, disse o carnavalesco.
Doações
Uma das alegorias, o carro que vem no terceiro setor, que vai fazer referência à música sertaneja será decorado com 180 violões. “Eles serão doados [depois] para instituições que têm trabalho social com música, e as indicações serão feitas por Zezé e Luciano. A ideia é dividir a quantidade para que eles entreguem em várias instituições. Eles vão pessoalmente entregar esses violões”, acrescentou o carnavalesco.
A morte do irmão Emival, aos 11 anos, quando fazia parte da dupla Camargo e Camarguinho, com Zezé, foi um baque na família. Só que no enredo a presença dele não será de tristeza. “Esse irmão é o nosso anjo caipira que a gente cita no enredo. É como um grande anjo da guarda da família Camargo, como se ainda ele cuidasse da família e da carreira dos irmãos. A dona Helena é uma mulher de muita fé. Tive um cuidado muito grande para entrar nesse assunto no desfile”, contou.
A saída da família da cidade pequena para a capital do estado em busca do sonho de projeção por meio da música é outro setor importante do enredo para, no fim, chegar à conquista do sucesso e à declaração do amor da Imperatriz ao universo sertanejo e aos filhos do Brasil. “Zezé e Luciano vêm na última alegoria. Digo que a escola pede licença do seu verde e branco para encerrar o carnaval com vermelho que é o amor. É uma alegoria que vai pulsar na avenida.”
Foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil |
Para reforçar a empolgação, a escola conta com a comunidade. O diretor de Carnaval, Wagner Araújo, contou que a Imperatriz está bancando 2,6 mil fantasias, em 26 alas, além 250 de componentes que desfilarão em alegorias. O diretor explicou que para ser de uma ala de comunidade, não precisa ser morador de Ramos, bairro da zona norte onde está a quadra da Imperatriz. O fundamental é que a pessoa frequente a escola. “Não adianta você morar e não frequentar a escola de samba. Isso para a escola não é comunidade. Comunidade é aquele povo que frequenta a escola e não tem condição de dar R$ 800, R$ 1 mil, R$ 1,5 mil em uma fantasia. É o componente fiel, que canta e evolui.”
A escola conta com a força da comunidade para assegurar notas máximas no quesito evolução. Para isso, Wagner Araújo destacou o trabalho da coreógrafa Débora Kolker responsável pela comissão de frente, do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Rogério Dornelles e Rafaela Theodoro. A bateria fica a cargo de Mestre Lolo. “Se cada um fizer o seu [trabalho] da melhor maneira, você começa a entender que o resultado final é o melhor possível.”
Wagner acrescentou que a Imperatriz continua a ser uma escola que faz desfile técnico. Por isso, a escola sofreu críticas na conquista de três títulos em sequência na década de 90, somados aos campeonatos em 2000 e 2001. “A organização e a disciplina não impedem a espontaneidade, a garra, o canto, a dança, a alegria. Nada disso. São coisas que podem conviver perfeitamente”, completou confiante no campeonato.
Fonte: Agência Brasil
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