Um garoto de 14 anos confessou ter abusado sexualmente de Kauã Henrique Vicente de Sousa Bueno, de seis anos, encontrado morto dentro de uma caixa d´água. O adolescente foi encaminhado à Fundação Casa, onde deve ficar alguns anos internado. Karen Bueno de Souza, mãe da vítima, não concorda com a punição.
"Ele não tem que ficar até os 21 [anos]. Ele tem é que morrer na cadeia". Disse ela.
Foto: Reprodução/TV Record
O caso foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher. De acordo com a delegada,Sandra Maria Zanardi, o caso está em segredo de justiça porque envolve menores de idade. O adolescente se entregou na quarta-feira (14). Ele confessou o abuso, mas negou o assassinato.
Kauã havia saído de casa na tarde de domingo (11) para ir a uma LAN house no Jardim Picerno, em Sumaré, no interior de São Paulo. Ele costumava ir ao local para jogar videogame. Segundo Elis Maria, de 28, amiga da família, a mãe do menino havia batido o carro no sábado e se recuperava em casa. Ele era filho único e havia feito aniversário no sábado (9). A festa seria essa semana.
"Ele sempre voltava para casa por volta das 18h, porque tinha medo de estuprador. Ele voltava para casa e assistia desenho animado". Contou a mãe.
Foto: Reprodução/TV Record
Câmeras de segurança da LAN house mostram Kauã na companhia do suspeito e de outra criança. Em determinado momento, o adolescente mostra uma nota para a criança e os dois saem do estabelecimento.
Depois do desaparecimento, a família começou a procurar pelo garoto, inclusive dentro do Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Martha Smolli Domingues, onde está localizada a caixa d'água. A família tentou fazer um boletim de ocorrência em Sumaré, mas não conseguiu e acabou registrando o fato em Nova Odessa, onde mora Antonio Alves Vicente, de 46, pai do garoto.
O adolescente era conhecido no Jardim Picerno, onde todos moravam. No dia do crime, testemunhas o viram ajudando Kauã a pular o muro da creche. O laudo pericial apontou estupro, esganadura e afogamento. Assim que viram as imagens de circuito interno, a família foi atrás do suspeito na casa dele, mas o adolescente negou o crime.
Foto: Reprodução/TV Record
No dia seguinte, ele foi obrigado pela população a ir à delegacia junto com o pai. A família voltou à delegacia na quinta-feira (15) para entregar novas imagens que mostram o garoto voltando a LAN house, além das roupas do adolescente que foram recolhidas na casa dele. As roupas ainda estavam molhadas quando foram encontradas.
A família acusa a polícia de não ter tido empenho suficiente para desvendar o caso. Segundo Célia Bueno Sousa, de 48, avó de Kauã, a família acredita que o adolescente não agiu sozinho.
"Ele deve estar escondendo alguém. Aparecem outras pessoas na imagem com ele. Se a polícia fosse eficiente, viriam atrás de todos os suspeitos. O menino chegou a dizer que pagaram para ele seduzir uma criança. Depois, ele negou tudo". Contou a avó.
Durante o depoimento do adolescente, familiares de Kauã tentaram linchar o adolescente. Na confusão, uma das portas da delegacia foi quebrada. Os policiais precisam colocar uma cadeira para escorar a porta. A mãe do garoto acusa uma das escrivãs de agressão. Ela vai registrar um boletim de ocorrência e deve ir ao IML (Instituto Médico Legal) para fazer o exame de corpo de delito.
"Se fosse filho de rico, já teriam feito perícia na casa, onde o meu filho estava, pego as imagens. Nós é que pegamos as imagens. Por ser uma criança, eles deviam ter ido atrás". Desabafou a mãe de Kauã.
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