Julio Huber
Imagens de uma produção de tomates jogada às margens de uma rodovia no município de Afonso Cláudio, na região de Serra Pelada, chamaram a atenção de quem passava pelo local. As fotos foram postadas em uma rede social e rapidamente tiveram centenas de compartilhamento e curtidas em uma página pessoal.
Foto: Reprodução Facebook/Alex Reblin
Quem publicou as fotos foi o pastor Siegmund Berger, de Afonso Cláudio, como forma de chamar a atenção da população e de lideranças políticas quanto ao baixo preço da mercadoria, o que está inviabilizando a comercialização por parte dos produtores.
“Assim que publiquei as fotos começaram os comentários e compartilhamentos. Minha intenção foi mostrar a dura realidade em que o homem do campo atravessa em períodos de alta produção de um determinado alimento, neste caso do tomate”, enfatizou Berger.
Uma caixa de tomate começou o ano de 2015 custando R$ 10,00, preço muito diferente dos mais de R$ 120,00 registrados em abril de 2013, quando o produto alcançou um dos preços mais altos de todos os tempos. Entretanto, nos últimos dias do ano de 2014 uma caixa de tomate custava cerca de R$ 30,00. Em poucos dias houve uma queda de mais de 60%, o que levou o valor para cerca de R$ 10,00.
De acordo com Siegmund Berger, é preciso que os governos federal, estaduais e municipais tenham uma política mais eficaz para a agricultura. Segundo ele, ultimamente as ações governamentais para a agricultura se restringem à doação de máquinas, compra de mercadorias para a merenda escolar e empréstimos bancários com juros mais baixos.
“Isso é muito pouco para fortalecer a atividade agrícola e também incentivar o homem do campo para não abandonar suas lavouras. Defendo um cadastro de todos os produtores rurais e que seja estabelecido um preço mínimo para cada mercadoria. Caso o preço mínimo estabelecido não seja alcançado no momento da venda, o governo deveria comprar essa produção e destinar a indústrias ou para outros fins”, destacou Berger.
Para que essa ação seja eficaz, Siegmund acrescenta que seria necessário elaborar um sistema de venda de sementes das principais culturas agrícolas do Estado. “Ao comprar uma determinada semente, o produtor poderia consultar esse sistema online e verificar a quantidade que já foi adquirida para o plantio naquela safra. Luzes verde, amarela e vermelha apontariam o risco de baixo preço durante a colheita”, disse.
Foto: Reprodução Facebook/Alex Reblin
Segundo a idéia do pastor, se no momento da compra de sementes a luz estivesse verde, era sinal que poucos agricultores estavam plantando e, dessa forma, não haveria excesso de mercadoria no momento da colheita. Amarela apontaria um risco de preços mais baixos e a luz vermelha seria o sinal de excesso de produção.
“Se mesmo com a luz vermelha o produtor insistisse em plantar, ele não teria direito ao benefício do preço mínimo. Também seria uma forma de evitar prejuízos no campo, já que, se o agricultor verificasse que a luz está vermelha para aquela hortaliça que ele pretende plantar, automaticamente ele poderia migrar para uma que estivesse com a luz verde, ou seja, que poucas pessoas estavam plantando naquele momento no Estado”, detalhou Siegmund.
Fonte: Montanhas Capixabas
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