Moradores de Serra Pelada erguem cruz gigante no ''Morro do Cruzeiro''

Kennedy Lenk

A fé deu muita força para moradores do distrito de Serra Pelada. Eles construíram e ergueram uma cruz gigantesca no conhecido “Morro do Cruzeiro”, na manhã desta quinta-feira (19). Foi um ato ecumênico que reuniu cerca de 700 pessoas no centro do distrito, de onde a cruz saiu carregada por cerca de 100 pessoas até o alto do morro. Foi lá que nos anos 60, uma cruz de grande porte foi erguida pela primeira vez.

                                                                          Foto: Kennedy Lenk/Rádio Educadora

Antes da caminhada até o alto do morro, os pastores da Igreja Luterana Paulo Jahnke e Siegmund Berger, ao lado do padre Carlos Pinto Barbosa, da Paróquia São Sebastião, de Afonso Cláudio, dirigiram um breve culto, acompanhado pela multidão. A seguir, iniciaram uma caminhada de aproximadamente 800 metros até o “Morro do Cruzeiro”. Várias paradas ocorreram a fim de descanso. Cânticos eram acompanhados pela Banda de Música da ADL.

                                                                          Foto: Kennedy Lenk/Rádio Educadora

Quando os sinos da Igreja Luterana, localizada próximo ao início do morro, soaram, fortificaram ainda mais os bravos homens que carregavam a cruz de 12 metros de comprimento, um de diâmetro e com peso aproximado de mil quilos, segundo o católico Atílio Zibel, que foi um dos responsáveis pela ideia, que mobilizou todo o distrito de Serra Pelada.

A ideia de construir a gigantesca adaga surgiu há aproximadamente 30 dias, quando membros da Igreja Católica lembraram, em um bate-papo, sobre a primeira cruz erguida no alto do morro no fim dos anos 60. No pé da cruz ocorriam novenas, promessas e penitencias, até que o tempo a destruiu. Outra cruz foi construída em 1973, lavrada a machado, conforme conta Atílio Zibel, coordenador de batismo da Igreja Católica.

                                                                          Foto: Kennedy Lenk/Rádio Educadora

“Em 1973 uma cruz foi confeccionada por católicos utilizando um machado. Um raio a destruiu e desde então o Morro do Cruzeiro não recebeu as pessoas que realizavam seus pedidos, penitencias e promessas. Após uma conversa entre amigos de igreja, a ideia foi revelada e a levamos para o padre e pastores das nossas comunidades. A fé uniu o povo e hoje estamos realizando um momento especial em Serra Pelada”, relatou Zibel.

O aposentado João Gonçalves, de 76 anos, relatou que esta é a terceira vez que sobe o morro para acompanhar o levantamento da Cruz. Ele conta que, nos anos 60, o padre foi carregado sobre a grande cruz até o alto, por sugestão da comunidade católica. “Subi o morro e não me sinto cansado. Sinto-me bem, sabendo que agora nosso povo terá novamente um lugar abençoado onde possam vir pedir ajuda por meio da fé”, disse João.

Fonte: Montanhas Capixabas