Foto: Bruno Dutra |
— Os lugares do país que mais consomem feijão vão sofrer com a alta, que inevitavelmente será repassada aos consumidores. Os preços ficarão altos ao longo deste ano — disse Marcelo Luders, presidente do Instituto Brasileiro do Feijão.
A elevação acelerada nos preços está associada a questões climáticas que prejudicaram produtores do Paraná, do Centro-Oeste e do Norte de Minas Gerais, de acordo com Sandra Hetzel, analista de mercado da consultoria especializada Unifeijão. O alimento foi um dos que pesaram na alta do custo de vida do mês passado, no Brasil. A inflação do produto medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril foi de 4%.
— Já falta produto nos mercados, logo, o feijão fica mais caro ao consumidor. É reação em cadeia — disse Sandra.
Uma saca de 60 quilos do carioquinha, que era vendido à indústria por R$ 140, em janeiro, chegou a R$ 450, em maio. No caso do feijão preto, de abril para maio, o preço da saca foi de R$ 115 para R$ 230.
Atenta ao mercado, a auxiliar administrativo Bianca Viana, de 38 anos, se queixa.
— Há três meses, eu percebi uma forte alta nos preços. Agora, para comprar feijão carioca ou preto, só em promoção — afirmou a consumidora.
Supermercados já repassam custos a consumidores
Nos mercados do Rio a alta no preço do feijão já assusta. Nesta terça-feira, numa pesquisa feita pelo EXTRA, o quilo do carioquinha variava de R$ 7 a R$ 8. O quilo do preto custava de R$ 5 a R$ 6. Apesar de todos os indicativos de novas altas, a Associação de Supermercados do Rio (Asserj) não acredita numa elevação tão forte de agora em diante.
— Já começamos a sentir o aumento de preço do feijão, mas não ousaria dizer que chegará a R$ 12. O varejo formata parcerias com os fornecedores para que o repasse seja o menor possível, sobretudo em momento de crise — disse o presidente da Asserj, Fábio Queiroz.
Já o militar da reserva Sebastião Salvador, de 55 anos, garante que vê o preço do feijão subir desde o começo do ano:
— Já está muito caro e parece que vai encarecer ainda mais.
Segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas), os alimentos, de maneira geral, devem pesar no orçamento familiar ao longo de 2016. De acordo com Rodrigo Mariano, gerente de Economia e Pesquisa da entidade, o almoço em família ficará mais caro, sim:
— Outro alimento importante da cesta básica, como o arroz, deverá acompanhar a aceleração dos preços e subir nos próximos meses. Além disso, não é cultura do brasileiro substituir o feijão por outro grão similar. Assim, a demanda continuará alta, e a oferta não acompanhará a procura.
Fonte: Extra
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