Afonsoclaudenses manifestam na porta da Sedu contra o fechamento de escolas

Pais e alunos já demonstraram insatisfação com o fim do ensino médio de algumas tradicionais escolas do interior de Afonso Cláudio, região serrana do Estado. A Secretaria Estadual de Educação (SEDU), não parece sensibilizada com os constantes protestos de pais, alunos e boa parte da população, que pede a reabertura das turmas de Vila Pontões, Fazenda Guandu e Piracema. Na última quinta-feira, a manifestação ocorreu no centro de Afonso Cláudio, com presença de apoiadores de Cariacica, Vitória, Itaguaçu e Santa Maria de Jetibá.


Foto: Divulgação
Às 05 horas de hoje, cerca de cem manifestantes embarcaram para a capital, onde se juntaram a apoiadores de Brejetuba, Santa Maria de Jetibá, Domingos Martins, Ibatiba e Laranja da Terra. De acordo com a professora Solange Maria Moizes, que é uma das lideranças do movimento, até moradores de Pedro Canário compareceram para fortalecer o grupo. A manifestação iniciou em frente à SEDU e uma comissão foi formada para se reunir com o secretário Estadual de Educação, Aroldo Rocha as 8h30.

Em Vitória, eles fecharam a rua em frente à SEDU com faixas e apitaços, enquanto o secretário decidia sobre atendê-los ou não. Depois de um bom tempo aguardando, foi formada uma comissão e o assunto foi debatido na sala do secretário. Os manifestantes não aceitam o fim do ensino médio no interior. Outra reivindicação é a recontratação da professora Solange Maria, que segunda a organização do movimento, ela foi demitida injustamente, simplesmente pelo fato de apoiar as famílias contra o fechamento das escolas.

O Ministério Público, por meio do Promotor Valtair Lemos, de Afonso Cláudio, já havia formulado processo para a abertura das escolas ao Juiz Luciano Fiorot, que indeferiu o pedido. As escolas de Pontões, Piracema e Fazenda Guandu, continuam fechadas. Por conta disso, o primeiro encontro em Vitória ocorreu com o secretário Aroldo Rocha. A seguir, os manifestantes se encontraram com o presidente do Tribunal de Justiça (TJES), desembargador Sérgio Luiz Teixeira. No tribunal tramita recurso contra a decisão da justiça de Afonso Cláudio.

“Não é apenas argumento, mas sim, uma realidade. Os alunos do interior trabalham com a agricultura familiar, conciliando horário para os estudos. Isso, sem falar no risco que os adolescentes enfrentarão viajando nas estradas de terra. Esperamos que o secretário entenda que o problema não é de um, ou dois alunos, o problema atinge dezenas de crianças, cujos pais já decidiram que se não reabrirem as turmas, seus filhos ficarão fora da escola. Não quero acreditar que é isso que o governo quer,” Disse Solange Maria.

O movimento está recebendo o apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Afonso Cláudio, por meio de seus representantes, Pedro Vill e Valdeci Veloso, juntamente com deputado estadual Sérgio Mageski e deputado federal Givaldo Vieira. Ainda neste momento, as 14h40, Givaldo continua com o grupo na SEDU. Ele já havia apresentado sua posição contrária à decisão radical do governo, afirmando em entrevistas que os alunos têm o direito de escolha e os pais precisam de seus filhos na lida com o campo.

Nossa reportagem conseguiu contato agora pouco com Pedro Vill, que está ao lado do deputado, ainda na SEDU. Segundo ele, o desfecho desta novela pode ter um final feliz. “A Secretaria propôs que apresentemos números suficientes de alunos para a reabertura das escolas. Eles dizem que não temos número e agora nos cabe na próxima semana visitar todos os distritos prejudicados e fazermos cadastros dos alunos. Depois de feito, eles nos prometeram uma visita técnica, que poder ser favorável às nossas reivindicações,” disse Pedro Vill.

FonteKennedy Lenk/Rádio Educadora

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