'Violência contra a mulher' e a exposição na rede social

Breno Caetano

Existe uma corrente de pensamento que afirma: “O brasileiro não sabe utilizar a rede social”.

Essa afirmação procede? E se procede, o que estamos fazendo para combater?


Nos últimos dias, os usuários das redes sociais receberam uma notícia bárbara: Uma jovem carioca de dezesseis anos foi estuprada por trinta e três homens.  O estupro coletivo não é uma novidade no Brasil, diga-se de passagem, moramos simplesmente no País mais violento contra mulher. Não precisamos ir longe, Vitória, a capital do nosso estado liderou por muitos anos o ranking das cidades mais violentas contra a mulher, chegando ao incrível numero de uma agressão doméstica a cada 3 minutos e um homicídio a cada cinco. Mas o que tem haver o caso da jovem e da violência contra a mulher com as redes sociais? Tem tudo!

No caso do estupro coletivo citado acima, um vídeo foi compartilhado em uma rede social por um dos agressores onde ele tratava o assunto com graça e ironia: “Amassaram a mina, intendeu ou não intendeu?”.

Os sentimentos provocados nos internautas foram diversos, desde a revolta até a interação com brincadeira sobre o caso sério. Muitas pessoas escreveram textos e mais textos, e isso me fez pensar: Do que adianta? Temos ciência de que a violência contra a mulher existe e deve ser combatida, mas um simples texto não vai mudar a história e não vai impedir o agressor.

Há quem diga que a culpa é da vitima: “Roupa curta, usa drogas, anda em má companhia pediu para ser estuprada”. Ninguém pede para ser estuprada, isso é argumento de quem tem ciência de um problema antigo da sociedade, mas prefere culpar uma vítima do que punir o agressor.

Olhando para o outro lado também, não acredito em radicalismo, já ouvi frases do tipo: “ Pena de morte já para esses monstros”. Não nos interessa o que levou um indivíduo a praticar tal ato, o que nos interessa  é fazer justiça, embora no momento da dor e da revolta não pensamos, desperta em nós um instinto animal que quer sim a justiça, mas a quer fazer com as próprias mãos, mas pense, já evoluímos da época do olho por olho e dente por dente, matar um ser humano por mais errado que esteja não nos faz melhor do que ele e muito menos desfaz o mal por ele feito.

Esse cenário não é novo, muitos filmes já rodaram nele e por diversas vezes foi pedida a tomada de providências, a quem cabe isso? Ao governo? A polícia? Aos cidadãos? De certa forma cabe a todos, porém temos um governo que não liga, uma polícia que não protege e cidadãos que o invés de ensinar os filhos a respeitarem, ensinam as filhas a terem medo. Se continuar assim, será difícil chegar a um denominador comum: “A VIOLÊNCIA ZERO”. Não só contra as mulheres, mas contra jovens, idosos, crianças, negros e qualquer outro tipo que venha.

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